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Desculpe a bagunça, mas preciso falar sobre Ela

  • WH Sallas
  • 15 de set. de 2016
  • 5 min de leitura

Antes de ler o texto que o Gregório publicou para Clarice, eu achei que eu nunca conseguiria escrever sobre Ela sem ser alvo de julgamentos, mas vi que nem o Gregório fugiu deles. Apesar de recebido várias críticas e parecer ser puro marketing para seu filme, eu pude perceber algo: Há quanto tempo esse texto tá guardado? E agora, felizmente ou infelizmente ele teve um motivo para escrever e postar. Que seja só pelo filme. Eu não me importo. Choveram textos em cima disso, e um que percorreu bastante a internet hoje foi o do Rafinha Bastos, onde ele elogia o texto do Gregório mas diz ter outra opinião sobre amor de verdade. No seu texto Rafinha diz que "amor de verdade" vem da simplicidade, que não tem jazz, nem poesia. E na verdade eu concordo com os dois. Quem é que entende o que a gente sente? O fato do Gregório escrever de uma forma poética não diminui a intensidade do seu amor por Clarice, e o fato de amar na simplicidade, também não diminui o amor do Rafinha, e nem o de ninguém. Pude aprender que as pessoas tem um espaço próprio, e que talvez citar o nome intitulado como "Ela" possa ser invasivo. Então não o faço. "Ela" basta. Gregório é escritor faz tempo, é um dos criadores do Porta dos fundos, tem uma coluna na Folha de São Paulo, ele pode ser chique e falar "Transtorno". No meu caso não, tem que ser bagunça mesmo, porque é o que acontece aqui dentro. Meu primo disse que amou a namorada dele num dia de tarde quando ela saiu do serviço e foi cuidar dele que estava doente em casa, então ele percebeu que era amor. Uma amiga disse que percebeu que amava o namorado quando ele deixou os amigos numa festa pra andar de mãos dadas com ela, foi ali, disse ela. Outro amigo me contou que percebeu que era amor com aquela garota quando fizeram sexo pela primeira vez, disse que sentiu uma coisa diferente, e que não era só sexo, era amor. Eu? Eu to tentando entender até agora meu motivo. Eu não sei se foi na primeira vez que eu te vi quando você estava no canto fazendo caretas sozinha pra câmera, eu não sei se foi quando a gente se falou pela primeira vez no Messenger quando você veio elogiar meus textos, eu não sei se foi pelo fato de você ter me ignorado naquela festa e não ter ficado comigo, ou se foi porque a gente foi tomar açaí juntos no dia seguinte, se foi pelo beijo naquele mesmo dia, se foi por ter começado uma pequena tradição entre nós dois, de "piada boa" e "piada ruim". Não faço ideia se foi pelo sexo, ou foi quando fomos comer lanche juntos pela primeira vez, se foi quando me chamou de amor, quando chorou junto comigo, ou todas as vezes que me abraçou e disse que tava do meu lado, se foi quando dormiu em casa pela primeira vez, ou pela imensa saudade que eu sentia de você antes mesmo de te dar tchau. Eu realmente não entendo em que momento aconteceu, eu não sei nem como isso foi acontecer, eu não consigo falar sobre isso, e tampouco explicar. Mas talvez essa seja a verdadeira essência do amor, tentar colocar no papel o que você não faz ideia. Gregório foi poético e romântico pra caralho quando contou sua história, mas mesmo assim, não foi suficiente. Julgaram. Rafinha foi simples, e objetivo, e também não foi suficiente. Faltou algo. Eu não vou nem tentar, ta bom? Eu só sei que isso tá aqui, de uma forma tão louca que eu não consigo explicar. E se eu tenho que, de alguma forma tentar explicar, é porque existe. Existe. Existe. Existe. Existe. Existe. É só o que eu posso te falar, e ficar repetindo. Existe. Eu não sei se minha dor é maior porque eu não tive o prazer de casar com você, ou se eu comemoro por isso. Imagina? Eu não consigo lidar nem com o término de um namoro. Quem diria um casamento. No nosso caso, o Word funcionava diferente, eu tinha que jogar suas palavras lá, e clicar com o botão direito em cima pra corrigi-las. Mas você evoluiu, ta escrevendo bem pra caramba agora. Quem erra agora sou eu, quando se trata de você, meus textos sempre variam a ordem gramatical, era sobre "Ela" agora eu tô falando diretamente com "Você". A verdade é que eu estava com medo de escrever algo assim, confessar que esse texto é pra você. Gregório contou quantos curtas fez com Clarice, contou sobre o filme, e no final ele relata "Não falta nada". Eu não posso dizer isso, porque sempre vai ter uma coisa a mais pra dizer sobre você, eu também contei os textos que foram pra você, 36 no total, publicados e não publicados. Agora, os que te usei como inspiração? Todos no último ano. Escrevemos para por pra fora tudo que tá aqui dentro. Então espere mais uns 1000 textos, uma trilogia de filmes, uma série maior que Supernatural, e como eu sei que isso não vai bastar. Talvez eu ainda te procure pra dizer o quanto foi bom. Estar falando tudo isso sobre Ela, não signifique que eu não tenha seguido em frente. As pessoas teimam em achar que por você ainda amar a pessoa com quem terminou, você parou no tempo. Não é bem assim. Eu não preciso te procurar em copos de vodka, em fardos de cervejas, ou em outras bocas. Eu sei que não vou achar. Sempre falta algo. Eu observo as mulheres agora, e reparo que sempre falta alguma coisa. A moça que deu em cima de mim na recepção não tinha seu cabelo. A que me sorriu no ônibus não tinha seus piercings. A moça do restaurante não tem seu cheiro. E sinceramente? Se não é você. Não tem graça. Eu tô vivendo. Sabe? Depois de você, eu percebi que eu sempre pude ser mais feliz em tudo que eu fiz ou havia feito. E que comparar qualquer momento - com e sem você - é tolice. Eu já sei a resposta. Talvez esse seja um dos grandes desafios da minha vida: Tentar ao máximo ser feliz, sabendo que, mesmo que eu atinja meu ápice, se você estivesse aqui. Eu seria mais... Se eu te falar que não penso em você em tudo que eu faço, seria mentira. Mas eu faço mesmo assim, por mim, e secretamente por nós. Te contei que recebi um email do Wix me dando os parabéns porque meu blog foi um dos recém criados mais acessados na última semana? Te contei que talvez eu publique um livro ainda esse ano? Não né? Eu tô deixando de te contar tantas coisas ultimamente, que eu tô prolongando esse texto para que ele não acabe. Eu não sei lidar com términos, isso já ficou bem claro. Terminar com alguém que você ama, machuca. Mas terminar quando você ama e é amado? Dilacera. Saber que tudo que você faça não é o suficiente para ficarem juntos, ou que não importa qual rumo a vida tome não há esperanças é torturante. A verdade é que por mais que o nível de emoção do texto seja alto, e eu tente colocar aqui todos meus sentimentos. Assim como o do Gregório. Isso é só mais um texto. E texto não traz ninguém de volta. PS: Eu vou deixar reticências aqui, eu não sei porque, mas eu vou...


 
 
 

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Declaração de autoria: WH Sallas.

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